As vendas do varejo em Minas Gerais ficaram praticamente estáveis (-0,2%) em junho na comparação com maio, na série com ajuste sazonal, representando o quarto período seguido de estabilidade, conforme a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da média nacional, que cresceu 0,2%, na mesma base de comparação.
Mesmo assim, em relação ao mesmo período de 2010, os crescimentos foram de 8,2% para o Estado e de 7,1 para o país, enquanto no acumulado do primeiro semestre as altas chegaram a 11,4% e 7,3%, respectivamente. Já nos últimos 12 meses, foram observadas expansões de 11,5% em Minas e de 8,9% no Brasil.
Na avaliação do analista do IBGE em Minas, Antônio Braz de Oliveira e Silva, os resultados, de uma forma geral, significam uma acomodação do setor, tendo em vista o aumento na renda da população, que alavancou os índices nos últimos anos. Segundo ele, para os próximos meses é aguardada estabilidade dos resultados, com oscilações modestas entre retração e crescimento.
Contenção - Já em relação aos resultados dos últimos 12 meses, Silva disse que podem ser atribuídos às condições favoráveis de crédito e ao aumento do poder de compra da população, graças ao aumento do emprego e do rendimento real dos ocupados no período. Em relação às medidas adotadas pelo governo federal ao longo do primeiro semestre de 2011, como forma de conter o consumo e a inflação, Silva explicou que elas ainda não surtiram efeito nos resultados da pesquisa.
"Os setores de bens duráveis, que mais dependem da disponibilidade de crédito, como móveis e veículos, por exemplo, ainda não refletiram nenhuma desaceleração. Ao contrário, seguem em crescimento, cenário que poderá ser revertido nos próximos meses. Temos que aguardar", explicou.
No índice mensal, apenas um segmento apresentou variação negativa no comércio varejista mineiro: combustíveis e lubrificantes. A retração do setor em junho na comparação com maio foi de 1,6%. Já na média nacional, apesar de o segmento não ter apresentado queda, o crescimento ficou abaixo da média das demais atividades. "O resultado do setor pode estar relacionado à alta dos preços dos combustíveis", avaliou Silva.
Ainda na análise mensal, os destaques positivos vieram dos setores de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (30,2%), móveis e eletrodomésticos (25,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (12,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,5%).
No acumulado dos seis primeiros meses de 2011, os destaques foram observados nos segmentos de móveis e eletrodomésticos (33%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (23,4%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (12,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (12,3%).
Já nos últimos 12 meses, quando a atividade no Estado registrou aumento de 11,5%, as principais contribuições vieram de móveis e eletrodomésticos (29,8,%), acompanhado de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (28%).
Na avaliação do comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motocicletas, partes e peças, além de material de construção, os resultados foram todos positivos no Estado e no país. Em junho de 2011, a alta foi de 8,5% em Minas Gerais e de 9,5% no Brasil na comparação com igual mês de 2010. Já nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 13,6% no Estado e de 11% na média nacional.
No sexto mês deste ano ante igual época do exercício passado, o segmento de veículos, motocicletas, partes e peças apresentou incremento de 8,1% no Estado e de 13,2% no Brasil. No acumulado dos últimos 12 meses, os resultados também foram de expansão: 18,1% em Minas e 14,2% no país.
Já no caso de materiais de construção, a alta foi de 16,7% no comércio varejista ampliado em Minas e de 13,3% no país, sobre a mesma base de 2010. Nos últimos 12 meses os resultados foram de 11,1% e 14%, respectivamente.
Fonte: Diário do Comércio