Na semana passada, a notícia que causou maior impacto e despertou a atenção de quase todos os segmentos da sociedade brasileira, foi a informação de que o Brasil havia conquistado dois postos no ranking da economia mundial, passando a ocupar a sexta colocação. Agora, de acordo com o Centro para Pesquisas Econômicas e Negócios de Londres, o novo ranking dos dez mais ficou assim: 1º Estados Unidos, 2º China, 3º Japão, 4º Alemanha, 5º França, 6º Brasil, 7º Reino Unido, 8º Itália, 9º Rússia e 10º Índia. O acontecimento mereceu dupla comemoração. Não só pela nova posição em si, mas, sobretudo, por ter ultrapassado a Grã-Bretanha, uma tradicional nação européia, de grande legado histórico que, rica e poderosa no passado sustentou, por décadas, a hegemonia econômica do planeta. Além disso, os britânicos demonstram, com certo ar de superioridade, que a Grã-Bretanha (também chamada de Reino Unido) é formada pela união de quatro países: Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e a própria Inglaterra. O viés do orgulho os impediu, também, de aderir ao euro, moeda essa adotada por todos os países da Comunidade Européia. Exigiram um tratamento monetário diferenciado para poderem continuar com a monárquica libra esterlina.
O critério utilizado para a classificação tem como base o PIB - Produto Interno Bruto. Como se sabe, o PIB significa o valor (em dólares) de todos os bens e serviços produzidos no país durante um ano. Convém ressaltar que na soma total do PIB já está incluída a produção das empresas estrangeiras instaladas em território brasileiro. Existe também outro instrumento de medição da atividade econômica, denominado PNB - Produto Nacional Bruto. Seu uso, porém, é restrito, pois exclui as empresas estrangeiras. Se, por exemplo, o PNB fosse utilizado para medir o crescimento econômico brasileiro, ficaríamos em posição bastante desvantajosa, tendo em vista o grande número de empreendimentos estrangeiros no Brasil que ficariam de fora.
A boa performance econômica do Brasil foi obtida, principalmente, graças ao enorme volume de exportações para a China (superando o montante enviado para os Estados Unidos), bem como para outros países do oriente médio e asiático. Outro ponto favorável foi o aquecimento do mercado interno diante da crescente demanda por bens e serviços (o chamado consumo das famílias brasileiras). Christine Lagarde, a nova presidente do emblemático FMI, disse que o Brasil apresenta duas eficientes vantagens econômicas frente à crise mundial: o aumento das reservas internacionais; e porque soube controlar a inflação. A queda do Reino Unido se deve, em grande parte, à própria crise européia que fez a indústria britânica encolher, causando desemprego e falência de alguns bancos. Protestos e vandalismos paralisaram Londres.
Não tenhamos dúvidas de que a sexta posição é honrosa e significa um marco vitorioso para a economia brasileira, mas, se analisarmos pelo lado da distribuição de renda, estamos ainda muito distantes dos países do primeiro mundo. A renda percapita britânica é de 39 mil dólares anuais, a do Brasil não passa da casa dos 12 mil. O salário mínimo mensal no Reino Unido é equivalente a 2.650 reais, o nosso será de apenas 622 reais a partir deste mês de janeiro. Quando se fala em IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, que avalia setores como a educação, saúde, saneamento, transporte, moradia, segurança pública, o Brasil ocupa hoje a lamentável 84ª posição num ranking de 170 países. Convivemos com cerca de 18 milhões de analfabetos e 17 milhões de pessoas situadas abaixo da linha de pobreza absoluta. Junte-se a isso o elevado número de favelas e a ausência de infraestrutura urbana nas periferias das grandes cidades. São índices negativos que puxam a qualidade de vida do brasileiro para baixo.
Fonte: Tribuna do Norte - Publicado no site da FCDL
O critério utilizado para a classificação tem como base o PIB - Produto Interno Bruto. Como se sabe, o PIB significa o valor (em dólares) de todos os bens e serviços produzidos no país durante um ano. Convém ressaltar que na soma total do PIB já está incluída a produção das empresas estrangeiras instaladas em território brasileiro. Existe também outro instrumento de medição da atividade econômica, denominado PNB - Produto Nacional Bruto. Seu uso, porém, é restrito, pois exclui as empresas estrangeiras. Se, por exemplo, o PNB fosse utilizado para medir o crescimento econômico brasileiro, ficaríamos em posição bastante desvantajosa, tendo em vista o grande número de empreendimentos estrangeiros no Brasil que ficariam de fora.
A boa performance econômica do Brasil foi obtida, principalmente, graças ao enorme volume de exportações para a China (superando o montante enviado para os Estados Unidos), bem como para outros países do oriente médio e asiático. Outro ponto favorável foi o aquecimento do mercado interno diante da crescente demanda por bens e serviços (o chamado consumo das famílias brasileiras). Christine Lagarde, a nova presidente do emblemático FMI, disse que o Brasil apresenta duas eficientes vantagens econômicas frente à crise mundial: o aumento das reservas internacionais; e porque soube controlar a inflação. A queda do Reino Unido se deve, em grande parte, à própria crise européia que fez a indústria britânica encolher, causando desemprego e falência de alguns bancos. Protestos e vandalismos paralisaram Londres.
Não tenhamos dúvidas de que a sexta posição é honrosa e significa um marco vitorioso para a economia brasileira, mas, se analisarmos pelo lado da distribuição de renda, estamos ainda muito distantes dos países do primeiro mundo. A renda percapita britânica é de 39 mil dólares anuais, a do Brasil não passa da casa dos 12 mil. O salário mínimo mensal no Reino Unido é equivalente a 2.650 reais, o nosso será de apenas 622 reais a partir deste mês de janeiro. Quando se fala em IDH - Índice de Desenvolvimento Humano, que avalia setores como a educação, saúde, saneamento, transporte, moradia, segurança pública, o Brasil ocupa hoje a lamentável 84ª posição num ranking de 170 países. Convivemos com cerca de 18 milhões de analfabetos e 17 milhões de pessoas situadas abaixo da linha de pobreza absoluta. Junte-se a isso o elevado número de favelas e a ausência de infraestrutura urbana nas periferias das grandes cidades. São índices negativos que puxam a qualidade de vida do brasileiro para baixo.
Fonte: Tribuna do Norte - Publicado no site da FCDL