O comércio varejista de Minas Gerais cresceu mais que a média nacional nesta ano. Entre janeiro e agosto, o aumento das vendas no Estado foi de 10,6% contra 7,2% no Brasil. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Comparando com o mês anterior, agosto teve um pequeno aumento em Minas de 0,4%. No Brasil, o período foi de recuo de 0,4%. No mês de agosto frente a julho, o grupo do comércio que mais cresceu em minas foi o de móveis e eletrodomésticos, com variação positiva de 28,9%. Em seguida, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com 22,5%. Outros artigos de uso pessoal e doméstico ocupou a terceira posição, com aumento de 10,8%. O único resultado negativo do Estado ficou por conta combustíveis e lubrificantes, que reduziram 4,3%.
A Gerente da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Silvânia Araújo, acredita que bons resultados mineiros estão relacionados à situação econômica do Estado. A baixa taxa de desemprego na região é, para ela, um dos impulsionadores para o aumento das vendas. “Não podemos esquecer o que o PIB mineiro tem tido expansão acima da média nacional e que vários setores têm crescido bastante em Minas. Como o comércio não poderia ser diferente”, afirma.
RETRAÇÃO INFLUENCIADA PELA CRISE, AVALIA IBGE.
O resultado negativo do comércio varejista em agosto ante julho pode ter sido causado por uma queda na confiança do consumidor, devido ao agravamento da crise internacional e ao desaquecimento da economia brasileira, segundo o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira.
O recuo de 0,4% nas vendas do varejo em agosto ante julho, conforme o IBGE, foi a maior queda vista desde de março de 2010, quando o varejo caiu 0,8%.
“Apenas duas atividades mostraram taxas positivas em agosto”, disse Pereira. “Acredito que este desaquecimento da economia, com resultados mais moderados, possa estar começando a ser representado aqui”.
Na sério com ajuste sazonal, as duas ente dez atividades que compõem o varejo que tiveram variações positivas foram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (7,3%) e livros, jornais, revistas e papelaria (1,6%).
As demais apresentaram variações negativas: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,3%); móveis e eletrodomésticos (-0,4%); material de construção (-2,0%); tecidos, vestuários e calçados (-2,8%); veículos e motos, partes e peças (-4,6%). “Pelos resultados deste mês, a pesquisa mostra uma desaceleração no comercio. Se isso vai se manter daqui para frente até o final do ano, a gente vai ter que esperar os resultados de setembro e outubro”, ponderou o gerente do IBGE.
Fonte: Hoje em dia