“É Natal! É Natal!”, grita, em tom de festejo, o bom velhinho. Aos comerciantes, a repetição da frase é aguardada com ansiedade o ano inteiro e soa aos ouvidos como o plim-plim de uma caixa registradora. O período reflete (quase sempre) certeza de aumento de vendas. E neste ano a expectativa de quase nove entre cada 10 lojistas é de que o volume de compras seja melhor em relação ao do ano passado – patamar otimista que, acompanhando a constância da economia brasileira, é o melhor desde 2008 –, segundo pesquisa do Sistema Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (FecomércioMinas).
Na lista de opção para presentes, as roupas ainda ocupam o primeiro lugar, sendo a escolha de 16,2% dos entrevistados. E mesmo com a recente valorização do dólar - R$ 1,75 na cotação de ontem -, os eletrônicos de novas tecnologias aparecem nas três posições seguintes: computadores e notebooks (11,6%); celulares e smartphones (11,3%) e tablets (10,8%). Se somados, representam mais de um terço dos presentes de Natal, segundo o estudo, que, na primeira semana de outubro, entrevistou 300 lojistas dos principais pontos de comércio varejista da capital.
Apesar de saber que esse pode ser o Natal dos tablets e eletrônicos em geral, o gerente da loja de informática InfoshowBH, Douglas Pereira, explica que a empresa fez uma mudança de estratégia em relação aos dois últimos anos. Diante das incertezas e variações do dólar, Douglas não estocou produtos e, sim, comprou de acordo com o fluxo de vendas de cada mês. Nos anos anteriores, o proprietário aumentou as compras de novembro e dezembro em 40%, mas houve pouca saída e boa parte da mercadoria teve que ser vendida a preços promocionais em janeiro e fevereiro. “Se o dólar cair, melhora a situação do setor”, afirma Pereira. Ele explica que, se o câmbio voltar ao patamar de R$ 1,60, o preço de um iPad pode cair até R$ 250. “Caso eu compre agora e o concorrente consiga comprar mais barato depois, ele pode ter um preço mais atrativo e afetar minhas vendas”, afirma o gerente.
Mas mesmo com a escolha de presentes que muitas vezes apresentam preços em patamares mais altos, como os eletrônicos, a expectativa é de um consumidor mais moderado, comprando mais, no entanto, com presentes de valores menores. Enquanto no ano passado os produtos acima de R$ 300 estavam na lista de compras de 25,1%, neste ano a tendência é que apenas 22,7% dos compradores optem por presentes nas categorias mais caras. Mas a maior parcela dos lojistas (21,6%) ainda espera vendas de R$ 70 a R$ 100. “O consumidor vai prestar muita atenção no preço. É um fator decisivo. Isso porque as pessoas estão mais endividadas e acompanham ansiosas um ambiente de crise”, afirma a gerente do Departamento de Economia da FecomércioMinas, Silvania de Araújo.
Na Savassi, além da desconfiança em relação à crise internacional, os lojistas convivem com os efeitos da obra de revitalização da Praça Diogo de Vasconcelos, no cruzamento das avenida Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo. “Conseguimos manter o mesmo faturamento do ano passado. Não sentimos os efeitos da obra e agora estamos na esperança de um Natal ainda melhor que o do ano passado”, afirma a gerente da loja de roupas Farfalle, Jaqueline Guimarães. Ela explica que, além de escolher roupas para presentear, a maioria dos compradores busca peças novas para as festas de fim de ano, o que cria a expectativa de melhoria de 20% a 30% em relação ao último Natal.
Dívidas
O maior endividamento dos consumidores, no entanto, pode ser um entrave para o crescimento das vendas. O fator é apontado por um terço dos entrevistados como principal ponto negativo para o Natal não ser ainda melhor que o do ano passado. Ainda assim, mais da metade dos consumidores devem optar por parcelar as contas no cartão de crédito, desprezando descontos de até 20% para quem compra à vista. “O parcelamento é um hábito incorporado ao consumidor brasileiro. Aqueles que escolhem fazer compras maiores, optam por dividir”, afirma Silvania, mas ela dá uma dica: “Comprar à vista é uma ótima opção por evitar a inadimplência e garantir descontos”.
E a expectativa é que, com a entrada em circulação de R$ 10,5 bilhões provenientes do 13º salário, as pessoas tenham mais condições de gastar no fim do ano. “A combinação: crédito, emprego e confiança no futuro são ingredientes que compõem a agenda natalina”, afirma a gerente do Departamento de Economia da FecomércioMinas, Silvania de Araújo.
Fonte: Estado de Minas
Na lista de opção para presentes, as roupas ainda ocupam o primeiro lugar, sendo a escolha de 16,2% dos entrevistados. E mesmo com a recente valorização do dólar - R$ 1,75 na cotação de ontem -, os eletrônicos de novas tecnologias aparecem nas três posições seguintes: computadores e notebooks (11,6%); celulares e smartphones (11,3%) e tablets (10,8%). Se somados, representam mais de um terço dos presentes de Natal, segundo o estudo, que, na primeira semana de outubro, entrevistou 300 lojistas dos principais pontos de comércio varejista da capital.
Apesar de saber que esse pode ser o Natal dos tablets e eletrônicos em geral, o gerente da loja de informática InfoshowBH, Douglas Pereira, explica que a empresa fez uma mudança de estratégia em relação aos dois últimos anos. Diante das incertezas e variações do dólar, Douglas não estocou produtos e, sim, comprou de acordo com o fluxo de vendas de cada mês. Nos anos anteriores, o proprietário aumentou as compras de novembro e dezembro em 40%, mas houve pouca saída e boa parte da mercadoria teve que ser vendida a preços promocionais em janeiro e fevereiro. “Se o dólar cair, melhora a situação do setor”, afirma Pereira. Ele explica que, se o câmbio voltar ao patamar de R$ 1,60, o preço de um iPad pode cair até R$ 250. “Caso eu compre agora e o concorrente consiga comprar mais barato depois, ele pode ter um preço mais atrativo e afetar minhas vendas”, afirma o gerente.
Mas mesmo com a escolha de presentes que muitas vezes apresentam preços em patamares mais altos, como os eletrônicos, a expectativa é de um consumidor mais moderado, comprando mais, no entanto, com presentes de valores menores. Enquanto no ano passado os produtos acima de R$ 300 estavam na lista de compras de 25,1%, neste ano a tendência é que apenas 22,7% dos compradores optem por presentes nas categorias mais caras. Mas a maior parcela dos lojistas (21,6%) ainda espera vendas de R$ 70 a R$ 100. “O consumidor vai prestar muita atenção no preço. É um fator decisivo. Isso porque as pessoas estão mais endividadas e acompanham ansiosas um ambiente de crise”, afirma a gerente do Departamento de Economia da FecomércioMinas, Silvania de Araújo.
Na Savassi, além da desconfiança em relação à crise internacional, os lojistas convivem com os efeitos da obra de revitalização da Praça Diogo de Vasconcelos, no cruzamento das avenida Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo. “Conseguimos manter o mesmo faturamento do ano passado. Não sentimos os efeitos da obra e agora estamos na esperança de um Natal ainda melhor que o do ano passado”, afirma a gerente da loja de roupas Farfalle, Jaqueline Guimarães. Ela explica que, além de escolher roupas para presentear, a maioria dos compradores busca peças novas para as festas de fim de ano, o que cria a expectativa de melhoria de 20% a 30% em relação ao último Natal.
Dívidas
O maior endividamento dos consumidores, no entanto, pode ser um entrave para o crescimento das vendas. O fator é apontado por um terço dos entrevistados como principal ponto negativo para o Natal não ser ainda melhor que o do ano passado. Ainda assim, mais da metade dos consumidores devem optar por parcelar as contas no cartão de crédito, desprezando descontos de até 20% para quem compra à vista. “O parcelamento é um hábito incorporado ao consumidor brasileiro. Aqueles que escolhem fazer compras maiores, optam por dividir”, afirma Silvania, mas ela dá uma dica: “Comprar à vista é uma ótima opção por evitar a inadimplência e garantir descontos”.
E a expectativa é que, com a entrada em circulação de R$ 10,5 bilhões provenientes do 13º salário, as pessoas tenham mais condições de gastar no fim do ano. “A combinação: crédito, emprego e confiança no futuro são ingredientes que compõem a agenda natalina”, afirma a gerente do Departamento de Economia da FecomércioMinas, Silvania de Araújo.
Fonte: Estado de Minas